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sexta-feira, 8 de agosto de 2014

“É um serial killer, com certeza”

Psiquiatra forense requisitado nos casos mais polêmicos e complexos do País diz que assassinatos são produzidos mesmo por um serial killer. Mas avisa: a polícia vai pegar o criminoso muito em breve

Foto: Reprodução
 Foto: Reprodução
 O psiquiatra Guido Palomba (foto), um dos mais experientes especialistas quando o assunto é criminalidade, não tem receio de dizer: o motoqueiro assassino, em Goiânia, é mesmo um serial killer. Pode até ser que nem todos os episódios sejam produtos de um só assassino, mas a maioria deve ter sido provocada por uma só pessoa. Essa é a notícia ruim, pois tornaria mais aterrorizante e irracional o surto de violências contra a mulher.

A boa notícia é que a Polícia Civil de Goiás vai pegá-lo – e não demora muito. Em entrevista ao Diário da Manhã, o profissional de vasto conhecimento criminológico e forense alega que personagens como o assassino de Goiânia cometem erros e mais cedo ou mais tarde vão deixar pistas – isso se já não deixou.

Guido Palomba é sempre chamado a opinar sobre os casos mais complexos de crimes que ocorrem no País. Foi médico-chefe do antigo Manicômio Judiciário de São Paulo, ainda na década de 1970. Dirigiu o departamento de Psiquiatria Forense da Associação Paulista de Medicina e tornou-se célebre por participar da elucidação e análise de casos como o de Marcelo Pesseghini (adolescente de 13 anos suspeito de matar os pais policiais militares em 2013) e vários outros que tornaram-se as manchetes dos jornais nas últimas décadas. 

Em entrevista ao DM, ele alerta: “Esse assassino não terá chances nenhuma de recuperação. Ele é irrecuperável. Uma vez preso, terá que ser separado da sociedade.”

"Pelo que foi relatado até aqui, características, espécie de vítima, vou ser franco: ele é um serial killer”

Guido Palomba,psiquiatra forense
Diário da Manhã – Em 2007, surgiu um caso em uma cidade de Goiás, Alexânia: o “Motociclista Fantasma”. Ele chegava e matava as pessoas, inclusive uma mulher. Mas tinha motivos claros, determinados, como uso e cobrança de drogas. Não seria a mesma história sete anos depois?

Guido Palomba – Não me parece. Nesse caso não acredito a princípio. Pelo que foi relatado até aqui, características, espécie de vítima, vou ser franco: ele é um serial killer.

DM – Mas é comum o uso de motos por serial killer?

Guido Palomba – Pega o Maníaco do Parque, daqui de São Paulo. Ele usava moto. O que tem a ver? Ele usa a moto para matar. O prazer dele está deslocado para outro momento. É o prazer de matar só para ver cair. O uso de moto, definitivamente, não é novidade. Esse prazer de matar que é estimulante.

DM – Como começar uma investigação praticamente sem elementos do autor?

Guido Palomba – Precisam ver em detalhes os corpos. Afinal, os corpos são semelhantes? As vítimas são parecidas? Minha leitura neste momento, que é precoce, inclusive posso vir a reformá-la depois, é de que ele pode estar entre aspas se vingando de algo. Então, ele mata mulheres jovens, não temos relatos de mortes de idosas e mais maduras. Assim, é preciso seguir esta linha.

DM – Uma das vítimas era uma adolescente de 14 anos. Não seria jovem para o perfil do psicopata?

Guido Palomba – Mas como era essa menina de corpo? Ela parecia já ser grande? Quer dizer, essas coisas, esses detalhes, precisam ser levadas em conta agora.

 DM – É possível que ele pare com a exposição na mídia?

Guido Palomba – Não. Ele está regozijando agora, sentindo imenso prazer com tudo isso. Agora, é assim que ele passa a cometer erros. Não tenho dúvidas de que em muito breve a polícia vai pegar ele. Agora, que ele vai praticar mais homicídios até ser pego, isso vai.  Neste sentido, acho que a repercussão na mídia, de certa forma, vai facilitar para a polícia pegá-lo. Como deve ser um psicopata, mata para ver cair. Não tem compaixão. Ao contrário, eles são orgulhosos, começam e não param.

DM – Criminosos como o suposto psicopata de moto podem se regenerar?

Guido Palomba – Posso garantir: pessoas dessa índole não apresentam nenhum tipo de regeneração. É zero essa possibilidade. Terá que ficar detido, apartado. E não conheço aqueles que sobrevivem por muito tempo. Morrem dentro do presídio. É o tipo de pessoa que morre no meio do caminho. Será assim.

DM – O que poderia, então, levá-lo a matar mulheres?

Guido Palomba – Veja bem: podemos ter aqui a conotação de uma desilusão amorosa ou afetiva. Ou então ele foi até uma boate e ao chamar uma garota para dançar ela teria dito: “Escuta, seu rosto é feio”. Ou seja, pode tanto ser algo mais profundo, a desilusão, como uma coisa bem trivial, de momento...

DM – Ele deixa algum vestígio?

Guido Palomba – Parece que atira bem. É uma pessoa que sabe atirar. Então, onde aprendeu isso? A polícia terá que investigar. Quem atira bem aí em Goiânia? Como é isso?

Informações  e Entrevista /DM