Delegadas jovens, competentes e bonitas reforçam a Polícia Civil de Goiás.
Do Diário da Manhã
(Foto: Edilson Pelikano/DM)
Engana-se quem pensa que somente a delegada da Polícia Federal Helô, interpretada pela atriz Giovanna Antonelli,
na novela Salve Jorge, da Rede Globo, faz sucesso pela competência e
beleza. Em Goiás há um reduto de mulheres assim: jovens, competentes e
bonitas. Atualmente, são 76 delegadas na ativa no Estado.
Longe da fama de dondocas, elas só deixam o salto alto e os terninhos
quando vão para diligências especiais fora da delegacia. Mesmo assim,
não perdem a postura e a elegância. Sempre armadas com pistolas, se
sentem seguras e prontas para atuar em uma profissão ainda dominada
pelos homens. Mas ser delegada hoje no Brasil não é uma tarefa nada fácil.
Além dos anos dedicados aos estudos, com jornada diária de até 12 horas
debruçadas sobre os livros, as candidatas a esse cargo precisam vencer
as provas objetiva e discursiva, testes psicotécnico e físico e ser
aprovada no curso de formação. Ah! Antes dessa trajetória é preciso
concorrer com cerca de 100 candidatos em busca de uma única vaga.
A delegada Marcella Cordeiro Orçai, 28, é atualmente
uma das mais jovens e bonitas delegadas que integram os quadros da
Polícia Civil goiana. A servidora pública é natural de Itaperuna (RJ) e
está em Goiás desde novembro de 2009. Antes de ingressar nessa carreira,
a carioca estudou, em média, oito horas por dia, para o concurso. Nada
fácil para uma profissão cada vez mais concorrida no Brasil.
Para Marcella, ser delegada é uma profissão interessante porque permite
ter um dia diferente do outro. "Nunca sabemos o que nos espera na
delegacia", afirma. Ela confessa que percebeu certo preconceito dos
colegas homens quando ingressou na PC, mas depois de um tempo de
convivência e demonstração de comprometimento com o trabalho, essa
situação acabou.
Ao mesmo tempo em que mantém pulso firme no comando da profissão e
enfrenta sem medo os percalços da rotina, Marcella afirma que tem uma
certa semelhança com a delegada Helô. "Com certeza a compulsão de
comprar. A personagem da novela também demonstra que uma mulher policial
pode ser muito feminina. Sou supervaidosa e carrego uma nécessaire de
maquiagem sempre comigo", revela.
Por outro lado, Marcella acredita que o papel desempenhado por Giovanna
Antonelli na novela representa de fato uma delegada, embora algumas
cenas sejam pura ficção. Hoje, Marcella é titular da Delegacia de
Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) de Aparecida de Goiânia, onde
acumula o cargo de chefe da Delegacia de Apuração de Atos Infracionais
(Depai).
DETERMINADA
A pernambucana Renata Vieira também é outra mulher
competente, determinada e bonita que compõe o quadro de delegadas em
Goiás. Assim como Helô, é uma policial que se apresenta como uma mulher
ativa, que está sempre à disposição da investigação, independente do que
esteja fazendo, além de ser vaidosa e extremamente preocupada com a
aparência.
"Tento estar sempre bem vestida para o trabalho. Sou muito vaidosa e na
minha bolsa não pode faltar batom, pó, lápis, escovas de cabelo e
dente, além da inseparável pistola ponto 40." Para Renata, ser delegada é
apaixonante porque não tem rotina e cada caso merece respeito e atenção, apesar de existir também um alto índice de estresse nesta profissão.
Renata diz que Giovanna Antonelli 'rouba' a cena da atriz principal na
novela Salve Jorge porque acaba tendo um comportamento engraçado. Porém,
segundo a pernambucana, o trabalho dela não chega a retratar a
verdadeira realidade da profissão.
"A Helô conseguiu dar um glamour a nossa profissão que antes não
existia e isso é positivo, mas trabalhar numa delegacia de polícia
significa lidar com diversos casos ao mesmo tempo, como relatar
inquéritos e fazer diligências, como cumprimento de mandados de prisão e
busca e apreensão", explica.
Renata observa que a novela fugiu da realidade ao permitir que Helô
levasse consigo policiais e casos investigados pela Polícia Civil para a
Polícia Federal após ser aprovada no concurso de delegada. Exceto essas
particularidades do folhetim das 21 horas da Rede Globo, para Renata o
que mais chama atenção
no papel de Helô é a maneira como ela vem interligando os fatos que
investiga, mostrando que se deixa, às vezes, se levar pelo sexto
sentido, aguçado no sexo feminino.
Renata é casada com o engenheiro agrônomo Jorge Freitas e tem três filhos.
Ela tomou posse na PC goiana em 2010 e no início da carreira trabalhou
em Trindade. Desde 2012, é titular na Delegacia de Proteção à Criança e
ao Adolescente (DPCA) de Goiânia.
OBSTINADA
A paulista Adriana Ribeiro, 41, é uma das delegadas
mais competentes, bonitas e conhecidas pela população de Goiás.
Obstinada pela profissão, ela não tem medo de desafios e, assim como a
personagem Helô, atua com perseverança e amor à profissão. "Não me vejo
fazendo outra coisa na vida. Eu amo ser delegada" afirma.
Com fala e temperamento tranquilos, Adriana demonstra ser calma, mas
quando parte para as diligências é determinada. Busca a verdade dos
fatos. Para a delegada da PC goiana, a representação do papel de Helô em
muitos aspectos é semelhante com a vida real, mas com ponderações. "É
lógico que existe muita ficção nas operações e investigações que são
próprios do papel de um ator."
Ela revela que hoje não enfrenta obstáculos na carreira, mas sente que a
toda hora a competência dela e das colegas de profissão são testadas,
por isso, a mulher é mais exigida. Para Adriana, ser delegada é uma
profissão desafiadora, mas extremamente dignificante porque é preciso
enfrentar crimes complexos ou comuns todos os dias em busca de respostas
rápidas para a sociedade.
Mesmo com o desafio de mostrar um bom trabalho como policial, essa
paulista é vaidosa. Gosta de cuidar da aparência. "Tenho minhas manias
em relação aos cuidados com a pele, corpo e cabelo. Adoro salão de
beleza."
Adriana está na Polícia Civil desde 2000 e neste período já passou por
algumas delegacias no interior, mas foi como titular da Homicídios de
Goiânia que ela ganhou destaque nacional. Ela presidiu o inquérito que
apurou a morte do radialista Valério Luiz, assassinato em julho de 2012.
Na DIH permaneceu durante quatro anos e meio. Hoje, ela comanda a
Delegacia de Investigações Criminais (Deic).
